Faz um bom tempo eu comprei Juliet, Nua e Crua. Na época eu estava com uma queda literária pelo Nick Hornby ( “Alta fidelidade“, “Um grande garoto” e “Febre de bola“) e fiquei toda empolgada com meu livro novo. Eu tinha acabado de ler “Uma longa queda” e tinha amado, apesar de até hoje não saber exatamente explicar porque. Provavelmente é porque Hornby é sarcástisco, e não se leva muito a sério, mas mesmo assim aborda temas difíceis com uma certa elegância. Eu comprei, levei pra casa e de repente comecei a ler “A song of Ice and Fire” (Game of Thrones) e Juliet ficou esquecido. Até mês passado, quando eu o tirei da prateleira com um retumbante “Putz!’.
Em Juliet, Hornby conta a história de Annie, que mora em uma pequena cidade litorânea da Inglaterra próxima à Londres e é “juntada” com Duncan, um professor com uma obssessão zero saudável por Tucker Crowe, um cantor dos anos 80 que gravou um álbum visto como um marco musical chamado “Juliet”, e que em seguida desapareceu do mapa, ninguém sabe pra onde e muito menos por quê. A partir de uma série de eventos estranha, Annie e Tucker Crowe começam uma troca de emails e iniciam uma amizade inesperada.
Vou ser honesta, Juliet não é o meu livro preferido do Hornby (“Alta fidelidade” e “Uma longa queda“), mas é um livro inspirador porque nos leva (ou pelo menos me levou) a pensar sobre expressão artística de uma maneira diferente. O ponto de “Juliet” é justamente essa discussão (por definição, infinita). Outro ponto importante do livro é também o valor que damos a mídia e as ditas “celebridades”. Enfim, Juliet para mim foi um pouco menos entretenimento, e um pouco mais reflexão, o que eu não estava esperando. Me pegou de surpresa, e eu acho que isso é sempre positivo.
No livro, os personagens comparam duas versões do álbum Juliet. A original, completa com arranjos musicais complexos, e a versão Nua e Crua, que eu imaginei como um unplugged -estilo só voz e violão. Inspirada nessa dualidade do livro, eu resolvi fazer o mesmo: uma receita em que o ingrediente está nú (ui!) e outra em que ele está em um ambiente mais complexo. Me contem qual versão vocês preferem!
Salada de pepino Unplugged (serve 2 pessoas)
Ingredientes:
- 2 pepinos japoneses
- 1 copo de iogurte natural (eu sempre uso o light)
- um punhado generoso de hortelã picada
- 50g de uva verde sem caroço
- 1 colher de sopa de azeite
- sal e pimenta do reino a gosto
Preparo:
- Lave e seque os pepinos, as folhas de hortelã e as uvas.
- Corte os pepinos em cubinhos de mais ou menos 0,5 centímetro.
- Corte as uvas no meio.
- Coloque o pepino, as uvas e a hortelã no potinho onde for servir, adicione o iogurte e misture bem.
- Tempere com o azeite, sal e pimenta.
Tá pronto! Rapidinho e super refrescante.
Sopa de pepino com melão Superstar -do livro La Tartine Gourmande (serve 6)
Ingredientes:
- 300g de pepino, descascado, cortado e sem sementes!
- 600g de melão, descascado e cortado também
- 1 cebola pequena, cortada bem fininho
- suco de 1 laranja
- suco de 1 lima
- 15 a 20 folhas de manjericão
- 2 colheres de sopa de azeite
- sal e pimenta do reino a gosto
Preparo:
- Coloque o pepino, o melão, a cebola, os sucos e o manjericão no liquidificador ou no processador de alimentos.
- Bata bem até que fique um purê fininho.
- Adicione o azeite. Tempere com sal e pimenta.
- Coloque no recipiente em que for servir, cubra e deixe na geladeira por pelo menos uma hora antes de servir.
- Sirva com espetinhos de mozzarela de búfala, presunto de parma e melancia. Fica chique!